Médico explica doença que atingiu o ex-apresentador Bob Floriano: ‘Desafiador’

Bob Floriano morreu na segunda-feira, 4, após enfrentar a leucemia; o hematologista Dr. Ivan Furtado fala à CARAS Brasil sobre a doença

Na madrugada desta segunda-feira, 4, o ex-apresentador da Record TV e locutor publicitário, Bob Floriano, faleceu aos 64 anos após lutar contra a leucemia. A morte do artista foi confirmada através de um comunicado feito por seus familiares, compartilhado em uma publicação no seu perfil oficial.

Em entrevista à CARAS Brasil, o médico hematologista Dr. Ivan Furtado explica a leucemia, os sintomas que afetam os pacientes como Bob Floriano e os possíveis tratamentos médicos para uma doença tão agressiva.

O que diz o médico?

“A Leucemia é um tipo de câncer que afeta as células do sangue, principalmente os glóbulos brancos, que são responsáveis por combater infecções”, explica o especialista. “Ela começa na medula óssea, que é a “fábrica” do sangue, no interior dos nossos ossos, onde células anormais se multiplicam descontroladamente e, com o tempo, atrapalham a produção das células saudáveis. Isso deixa o corpo mais vulnerável à infecções, anemia e sangramentos.” 

Ivan também explica que existem diferentes tipos de leucemia, como a aguda, que é mais rápida, e a crônica, que ocorre de forma mais lenta, linfóide ou mielóide, que depende da origem celular, e que cada uma afeta o organismo de forma específica.

Segundo o especialista, como em qualquer câncer, a causa da leucemia é genética, mas não vem necessariamente dos pais: “Grande parte das mutações genéticas que predispõem ao desenvolvimento das leucemias são adquiridas, ou seja, essas mutações surgem no decorrer da vida”.

Os sintomas costumam ser ser vagos e confundidos com outras doenças, mas incluem cansaço extremo, febre ou infecções frequentes, hematomas ou sangramentos sem motivo, dor nos ossos ou articulações, palidez, perda de peso sem causa aparente e aumento de gânglios linfáticos, fígado ou baço. 

“Se uma pessoa perceber esses sinais, especialmente se persistirem por semanas, deve procurar um hematologista para avaliação”, afirma o hematologista. “É importante não ignorar sintomas como fraqueza constante ou infecções que não melhoram”.

O diagnóstico precoce é crucial, especialmente nas leucemias agudas, que progridem rápido e podem em dias levar o indivíduo ao óbito. Para Ivan, identificar a doença cedo pode permitir tratamentos que aumentam as chances de cura ou controle, melhorando significativamente o prognóstico.

Essa identificação pode ocorrer por meio de exames como hemograma, aspirado e biópsia de medula óssea, testes genéticos e imunofenotipagem. Em casos de leucemia de alto risco, recidivas ou em casos em que a quimioterapia não foi suficiente também é recomendado o transplante de medula óssea. Substituindo a medula doente por uma saudável, geralmente de um doador compatível ou, em alguns casos, do próprio paciente, chamado transplante autólogo.

 “É um procedimento complexo, indicado quando outros tratamentos não controlam a doença, mas exige boa saúde geral do paciente e compatibilidade com o doador e também possui complicações tardias relacionadas ao tratamento”, explica o médico.

No caso de Floriano, figura pública presente na mídia, a pressão da exposição pública podem aumentar o estresse, piorando a saúde mental e, indiretamente, a física, já que o estado emocional é fundamental no tratamento e doenças como a ansiedade a depressão podem enfraquecer o sistema imunológico e dificultar a adesão ao tratamento. 

“O suporte psicológico, com terapia ou grupos de apoio, ajuda o paciente a lidar com o diagnóstico, medo da morte e efeitos colaterais. Para figuras públicas, como Bob Floriano, um ambiente acolhedor e apoio emocional são essenciais para melhorar a qualidade de vida e a resposta ao tratamento”, afirma Ivan.

O especialista ainda reforça que a doação de medula óssea pode salvar vidas, especialmente para quem precisa de transplante e que para ajudar basta realizar o cadastramento para  pessoas saudáveis entre 18 e 55 anos. A doação de sangue e o apoio emocional também são formas cruciais de suporte aos pacientes.

“Viver com leucemia hoje é desafiador, mas os avanços médicos trouxeram esperança. Muitos pacientes conseguem controlar a doença ou até alcançar a cura, dependendo do tipo e estágio. O tratamento pode ser longo, com altos e baixos, incluindo efeitos colaterais, mas a leucemia não é uma sentença de morte: com diagnóstico precoce e tratamentos modernos, muitos levam uma vida plena”, conclui. 

CONFIRA O COMUNICADO OFICIAL DA FAMÍLIA NA ÍNTEGRA:

Hoje nos despedimos com o coração cheio de saudades de Bob Floriano (27/11/1960 – 04/08/2025), a voz que emocionou o Brasil por mais de quatro décadas. Sua trajetória começou na Rádio Cidade FM (SP), em 1980, onde deu seus primeiros passos como locutor. Obrigado, Bob Floriano. Seu legado sonoro e de vida virou trilha afetiva na memória do público e dos profissionais que tiveram a honra de conviver com você. Que sua essência ecoe como inspiração para quem acredita na força da comunicação com coração, e que seu legado possa inspirar as futuras gerações. Descanse em paz, grande mestre da comunicação“, afirma o comunicado.

CONFIRA PUBLICAÇÃO RECENTE DO EX-APRESENTADOR BOB FLORIANO NO INSTAGRAM:

Fonte: https://caras.com.br/bem-estar/medico-explica-doenca-que-atingiu-o-ex-apresentador-bob-floriano-desafiador.phtml