Síndrome Mielosdisplásica
Síndromes Mielosdisplásicas

A Síndrome Mielodisplásica (também chamada de mielodisplasia) é uma condição que afeta diretamente a produção das células do sangue na medula óssea. Ela se desenvolve quando a medula passa a produzir células jovens (chamadas de blastos) que não amadurecem corretamente e, por isso, não conseguem exercer suas funções.

Essas células imaturas acabam “ocupando espaço” na medula óssea e comprometem a produção normal de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, essenciais para o funcionamento do nosso organismo.

Qual é a função da medula óssea?

A medula óssea é o local onde são produzidas as células do sangue:

  • Glóbulos vermelhos, responsáveis por transportar oxigênio;
  • Glóbulos brancos, que defendem o organismo contra infecções;
  • Plaquetas, que evitam sangramentos e ajudam na coagulação.

Quando o corpo está saudável, essas células se desenvolvem normalmente e só são liberadas para o sangue após estarem maduras e aptas a desempenhar seu papel. Na mielodisplasia, esse processo é prejudicado.

Classificação da Síndrome Mielodisplásica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a mielodisplasia em 7 subtipos, de acordo com as alterações celulares encontradas:

  • Citopenia Refratária com Displasia Unilinhagem (CRDU)
  • Anemia Refratária com Sideroblastos em Anel (ARSA)
  • Citopenia Refratária com Displasia Múltipla (CRDM)
  • Anemia Refratária com Excesso de Blastos 1 e 2 (AREB-1 e AREB-2)
  • Síndrome Mielodisplásica não Classificada (SMD-U)
  • SMD associada à deleção isolada do braço longo do cromossomo 5

A doença também pode ser classificada como:

  • Primária: sem causa aparente (mais comum);
  • Secundária: surge após tratamentos com quimioterapia ou radioterapia.

A mielodisplasia pode evoluir para leucemia?

Sim. Em alguns casos, a síndrome pode progredir para uma leucemia mieloide aguda, quando a medula deixa de produzir completamente as células saudáveis do sangue. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental.

Causas e fatores de risco

A causa exata da mielodisplasia ainda não é conhecida. No entanto, sabemos que não é uma doença hereditária e que ocorre com mais frequência em pessoas com mais de 60 anos, embora também possa surgir (raramente) em crianças.

Sintomas da Síndrome Mielodisplásica

Os sintomas podem variar, mas os mais comuns incluem:

  • Anemia, palidez e cansaço excessivo
  • Febre
  • Sangramentos espontâneos, como sangramentos nas gengivas ou manchas roxas na pele

Importante: esses sintomas podem ser confundidos com outros problemas de saúde. Por isso, é fundamental procurar um especialista, como o onco-hematologista, para uma avaliação completa.

Diagnóstico da mielodisplasia

O diagnóstico costuma envolver uma combinação de exames. Os principais são:

  • Hemograma completo: primeiro sinal de alerta, mostrando queda nos níveis de células do sangue.
  • Mielograma e biópsia da medula óssea: avaliam a produção celular e a presença de blastos.
  • Exames genéticos e moleculares: como citogenética, imunofenotipagem, FISH* e imuno-histoquímica, ajudam a identificar alterações específicas.

Tratamentos disponíveis

O tratamento da Síndrome Mielodisplásica varia de acordo com o estágio da doença, idade do paciente e outros fatores de saúde. Em casos mais leves, o médico pode optar apenas por acompanhamento regular.

As abordagens mais utilizadas incluem:

  • Quimioterapia
  • Terapias biológicas
  • Transfusão de sangue
  • Transplante de células-tronco hematopoéticas (alogênico)

Diagnóstico recente? Não enfrente isso sozinho.

Receber um diagnóstico de mielodisplasia pode gerar muitas dúvidas e inseguranças. O mais importante é ter ao seu lado um especialista de confiança, que possa oferecer orientação, apoio e o melhor caminho de tratamento.