As Síndromes de Falência Medular representam um grupo de doenças raras, mas graves, caracterizadas pela redução ou interrupção na produção das células do sangue pela medula óssea. Isso significa que o corpo passa a produzir menos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, comprometendo funções vitais como o transporte de oxigênio, defesa contra infecções e controle de sangramentos.
Essa falência pode ser parcial ou total, temporária ou definitiva, e afeta diretamente a qualidade de vida do paciente.
O papel da medula óssea
A medula óssea é um tecido localizado no interior dos ossos, responsável por fabricar os elementos do sangue por meio das chamadas células-tronco hematopoéticas. Quando ela entra em falência, o organismo sofre com uma citopenia, ou seja, a diminuição de um ou mais tipos de células sanguíneas.
Quais são as principais síndromes de falência medular?
Entre as doenças mais conhecidas deste grupo, estão:
✅ Anemia Aplásica
Caracterizada pela falência total ou parcial da medula, sem infiltração ou fibrose. Pode ser idiopática (sem causa conhecida) ou provocada por medicamentos, infecções, toxinas ou doenças autoimunes.
✅ Síndromes Mielodisplásicas
A medula produz células anormais e imaturas que não desempenham suas funções corretamente. Pode evoluir para leucemia mieloide aguda.
✅ Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN)
Doença rara em que ocorre destruição das células do sangue e maior risco de trombose.
✅ Aplasia Pura de Série Vermelha
Apenas os glóbulos vermelhos são afetados, provocando anemia severa.
✅ Mielofibrose
Doença crônica em que o tecido normal da medula óssea é substituído por tecido fibroso, dificultando a produção de células do sangue.
Quais são os sintomas mais comuns?
Os sintomas das síndromes de falência medular podem variar conforme o tipo e a gravidade do quadro, mas os mais comuns incluem:
- Fraqueza e cansaço excessivo (anemia)
- Infecções frequentes (baixa de glóbulos brancos)
- Sangramentos e hematomas sem causa aparente (queda nas plaquetas)
- Palidez, tonturas e falta de ar
- Febre persistente
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico dessas síndromes exige uma avaliação completa, com histórico clínico detalhado, exames laboratoriais e testes específicos da medula óssea, como:
- Hemograma completo
- Mielograma
- Biópsia da medula óssea
- Exames genéticos e imunológicos
Qual o tratamento?
O tratamento varia de acordo com o tipo de síndrome, a idade do paciente, a gravidade do caso e possíveis causas associadas. As opções incluem:
- Transfusões de sangue e plaquetas
- Imunossupressores
- Medicamentos estimuladores da medula
- Transplante de medula óssea (células-tronco hematopoéticas)
Em casos selecionados, especialmente em pacientes jovens com falência severa, o transplante pode representar a única chance de cura.